A cada ano, aumenta a adesão ao movimento mundial Outubro Rosa, que visa chamar atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Atenta à necessidade de melhorias na atenção oncológica no país, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) iniciou em 2016 o Projeto OncoRede em parceria com 15 instituições de excelência – institutos de pesquisa e de referência nacional no tratamento do câncer, representantes de associações de pacientes e do setor. O objetivo é propor um conjunto de ações capazes de reorganizar, estimular a integração, a responsividade e a qualidade do sistema.

Desde fevereiro, as 39 instituições que aderiram à iniciativa (21 operadoras de planos de saúde e 18 prestadores de serviços – hospitais, clínicas e laboratórios) vêm desenvolvendo seus projetos com o acompanhamento e monitoria da ANS. Os resultados estão sendo mensurados e os modelos que se mostrarem viáveis poderão ser replicados para o conjunto do setor suplementar de saúde, de forma a estimular mudanças sustentáveis.

Medidas previstas

O OncoRede estabelece um conjunto de ações integradas que visam estimular a adoção de boas práticas na atenção ambulatorial e hospitalar e promover melhorias nos indicadores de qualidade da atenção ao câncer. Entre as medidas previstas estão a centralização do cuidado no paciente, a adoção de laudo integrado de exames, a introdução do assistente do cuidado (responsável por conduzir o paciente ao longo do percurso assistencial) e a busca ativa no momento do envio do resultado de exames.

“A fragmentação da trajetória de cuidado do paciente em diferentes prestadores de serviços de saúde que não se comunicam, ou seja, a falta de continuidade do fluxo do paciente na rede assistencial, é um problema que afeta a efetividade da atenção aos pacientes com câncer no Brasil. O Projeto visa corrigir essa e outras falhas, facilitado o tratamento e melhorando os resultados”, explica Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS.

Campanha de conscientização

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram neste Outubro Rosa uma campanha na internet de conscientização sobre a doença. As peças apontam os principais sinais e sintomas e as ações de controle do câncer de mama.

O sintoma mais comum da doença é o aparecimento de nódulo na mama, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

O câncer de mama é o que mais acomete a população feminina mundial e brasileira. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, é o de maior incidência em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Em 2016, foram estimados 57.960 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 56,2 casos por 100.000 mulheres.

Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas no Brasil desde meados dos anos 80 e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1998. O controle do câncer de mama é hoje uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, lançado pelo Ministério da Saúde em 2011.

Saiba mais sobre o Projeto OncoRede.