A proporção de pessoas com cem anos ou mais beneficiárias de planos de saúde de autogestão dobrou desde 2017. Na época, 4,35 a cada 10 mil integrantes dos planos tinham esse perfil, número que saltou para 8,78 a cada 10 mil. O dado é de pesquisa da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS), que também destacou a região Sudeste como a com maior número de centenários e que 75% deles são mulheres. O aumento desse perfil vem acompanhado do envelhecimento geral na composição dos planos de autogestão. Com 22,9% de idosos há cinco anos, hoje essa parcela é de 25,6%. Em comparação, o percentual é de cerca de 14% em planos de saúde tradicionais.

Segundo o presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, o alto número de idosos se deve em parte aos benefícios desse modelo para os mais velhos e também ao estado do mercado de trabalho para os mais jovens. Como beneficiários de planos de autogestão têm poder de decisão sobre como eles operam, através de votações, muitos não cobram mais de idosos. Os planos de autogestão  são aqueles direcionados a um público específico de empresas. Mendes, que é funcionário do Banco do Brasil e beneficiário do plano Cassi, tem sua contribuição calculada com base em seu salário, independentemente da idade. Ele explica que a dificuldade para esse tipo de plano de saúde hoje em dia é que os jovens, que ajudam a equilibrar as contas, vivem tempos de desemprego. Entre  jovens de 18 a 24 anos chega a 22,8%, o que leva à desaceleração em contratações desse perfil, que poderia participar de um plano de autogestão por meio de um vínculo de emprego.