Mais uma solução em blockchain chega ao Brasil na área da saúde, agora com objetivo de facilitar a portabilidade de planos entre operadoras. A solução conta com apoio do CPQD, EMBRAPII e da operadora MedSênior.

A base do novo projeto envolve tanto a tecnologia blockchain quanto uma identidade digital descentralizada. O anúncio da solução ocorreu em Campinas, na última quarta-feira (1).

Desenvolvido pelo CPQD em parceria com o MilSênior, hub de tecnologia e inovação do grupo MedSênior, o principal resultado do projeto foi o produto mínimo viável (MVP) de uma plataforma de dados, em blockchain, que inclui informações relacionadas à saúde de pacientes e tem como objetivos facilitar o compartilhamento seguro de dados e a portabilidade entre instituições de saúde diferentes.

Operadora de plano de saúde busca mais parceiros para testar solução em blockchain

Após a apresentação da novidade, a intenção do MilSênior é estimular a adesão de outros participantes à nova solução. Antes de abrir ao público, a ferramenta passou por testes internamente, por três meses, na própria operadora de saúde do grupo.

Em nota ao Livecoins, Thiago Maia, líder de Tecnologia e Operação de Saúde do MilSênior, destaca que tal solução é de interesse público.

“O diferencial do projeto está na validação da solução em ambiente real, usando a operadora como primeiro case. Mas essa é uma iniciativa de interesse público, com foco na melhoria do atendimento aos usuários, e por isso a ideia é que outras organizações também participem.”

Para Maia, o uso da tecnologia blockchain dá a operadoras informações confiáveis, tem tempo real e com dados estruturados.

“Isso permite evitar disparidades e desperdícios na prestação de serviços de saúde, além de contribuir para a tomada de decisões mais assertivas.”

Por outro lado, a principal vantagem aos usuários do serviço é contar com controle do acesso aos seus dados cadastrais e médicos. Assim, com uma identidade digital descentralizada, o ambiente se torna mais seguro.

Com a nova solução, caso um usuário de um plano de saúde migre de operadora, ele leva o seu histórico como paciente. No futuro, Maia declarou que pretende incluir no banco de dados os exames de imagens, receituários médicos, entre outras informações mais.

Solução utiliza conceito de Open Health

De acordo com José Reynaldo Formigoni, gerente de Soluções Blockchain do CPQD, a nova ferramenta trabalha o conceito de Open Health.

Para Formigoni, o compartilhamento de dados seguro segue como prioridade. “Assim, se o usuário mudar de operadora de saúde, poderá levar os seus dados, como resultados de exames e histórico médico, para o novo prestador de serviço“, destaca o gerente.

A solução trabalha com uma rede blockchain permissionada Hyperledger Fabric, e dados só podem ser acessados com consentimento de pacientes.