Após idas e vindas do presidente Jair Bolsonaro, o plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira (7) Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, ex-chefe de gabinete do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), para o cargo de diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Os senadores deram aval à indicação de Bolsonaro após o próprio presidente retirar o nome de Rebello Filho e depois recuar. Foram 43 votos a favor e 10 contrários. Eram necessários 41 votos para a aprovação.

Na noite desta terça-feira (6), Bolsonaro havia enviado uma mensagem ao Senado na qual desistia da indicação de Rebello para o posto. A decisão fora publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).

Pela manhã desta quarta, senadores da CAS (Comissão de Assuntos Sociais), mesmo após a mensagem de Bolsonaro, sabatinaram e aprovaram o nome de Rebello para o cargo, por 11 a 3.

Além de gerar insatisfação entre os membros do colegiado, a decisão de Bolsonaro da noite anterior teria desagradado senadores do PP, o que levou o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), a conversar com o presidente.

Rebello é ligado a nomes do partido, como o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), e trabalhou com Gilberto Occhi nos ministérios das Cidades e da Integração Nacional.

Ele foi ainda chefe de gabinete de Barros, quando o atual líder do governo foi ministro da Saúde do governo Michel Temer (MDB). Hoje, Barros está no foco da CPI da Covid no Senado em meio às suspeitas envolvendo compra de vacinas.

Durante a sessão no plenário, Bezerra afirmou que Bolsonaro havia recuado e decidira manter a indicação de Rebello.