A prefeitura de São Paulo finalizou um inventário dos leitos em hospitais privados na cidade e ameaça usar vagas disponíveis nessas unidades mesmo se não houver acordo com os operadores da rede particular. O aviso foi dado nesta segunda-feira pelo prefeito Bruno Covas durante entrevista à imprensa.

“A gente já tinha autorização da legislação federal e, agora, temos da legislação municipal. Vamos poder requisitar esses leitos e depois discutir quanto deve ser pago por eles”, disse Covas .

Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, são 247 hospitais privados na capital paulista. A maior concentração de leitos (3.970) está sob gestão de 107 unidades. Outros 140 hospitais administram 255 leitos. Pela urgência que a pandemia do novo coronavírus impõe ao município, a prefeitura vai focar as negociações junto aos maiores hospitais.

A meta é contratar cerca de 800 leitos novos para atender pacientes pelo SUS . Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, isso corresponde a cerca de 20% dos leitos existentes na rede municipal de saúde.

Dois contratos para uso de leitos privados foram assinados na semana passada. Aos hospitais Cruz Vermelha e Unisa a prefeitura pagará R$ 2.100 por leito de UTI por dia para pacientes da Covid-19 .

O hospital Cruz Azul disponibilizará 40 leitos de UTI e outros 40 leitos de enfermaria. O Unisa colocará à disposição 60 leitos de enfermaria.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI na região metropolitana de São Paulo está em 89% nesta segunda-feira. No estado, o índice é de 67%. Nesta manhã, o estado tinha 8.500 pacientes internados por causa do coronavírus (casos confirmados ou suspeitos).

Menos pressionados pela demanda por atendimento, hospitais públicos do interior receberam 15 pacientes acometidos pelo coronavírus da região metropolitana desde meados de abril.

O estado tinha até ontem 31.772 casos confirmados da doença e 2.627 mortes. No domingo, a taxa de isolamento social ficou em 59% no estado e 58% na capital.

O governador João Doria anunciou nesta tarde que passará a ser obrigatório o uso de máscara por todos os moradores do estado a partir do próximo dia 7. Haverá fiscalização da medida por parte das prefeituras.

Covas disse que ainda será decidido se o cumprimento da medida será verificado por guardas metropolitanos ou fiscais da prefeitura. Caberá multa, mas a forma de aplicação também está em estudo. Não se sabe ainda, por exemplo, se a punição será dada ao morador ou ao estabelecimento comercial onde for flagrada a irregular